Páginas

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

AMANTES OU PROSTITUTAS?


Esta semana estava lendo um blog de um pastor amigo meu e deparei-me com um artigo do pastor João Batista A. de Souza que é um referencial na área de adoração, louvor e musicalidade contemporânea. Leia e reflita cuidadosamente:

“Alguns anos atrás lecionei numa escola de ministérios. Meus alunos tinham sede de Deus, e eu fazia de tudo para que eles amassem o Senhor Jesus e se tornassem um canal de um avivamento na igreja. Encontrei uma citação atribuída a Sam Pascoe; um resumo da história da igreja. Mais ou menos assim:
O cristianismo começou na Palestina como uma comunhão. Quando chegou à Grécia virou filosofia. Na Itália, tornou-se uma instituição. Na Europa tornou-se uma cultura, e ao chegar à América virou um empreendimento. Alguns dos alunos tinham 18 ou 19 anos de idade, e eu queria que eles entendessem a última frase, por isso enfatizei: “Um empreendimento. Isto é, um negócio”. Depois de um silêncio prolongado, Marta, uma das alunas perguntou: - Um negócio? Mas, não deveria ser um corpo?
Não consegui ver até onde esta linha de raciocínio chegaria, e apenas respondi: - Sim. E ela acrescentou: - Mas, quando um corpo se torna negócio, não se torna uma prostituta?
A sala silenciou. Ninguém se mexia ou falava. Todos receavam fazer qualquer barulho porque a presença de Deus inundou a sala de aula. Estávamos pisando em terra santa. Pensei comigo mesmo: - Nunca imaginei dessa maneira! Mas, não falei coisa alguma. Deus tomou conta da sala de aula.
A pergunta de Marta mudou meu jeito de pensar. Durante seis meses, pensei naquela pergunta todos os dias: Quando um corpo se torna um negócio, então vira prostituta! Existe apenas uma resposta à colocação de Marta: Sim. A igreja da América, lamentavelmente está cheia de gente que não ama a Deus. Nem o conhece!
Afirmo que a maioria dos cristãos da América não conhece a Deus, e muito menos o amam. A raiz disso é a forma como nos achegamos a Deus. A maioria de nós achegou-se a Deus porque nos disseram o que ele poderia fazer por nós. Fomos ensinados que ele nos abençoaria e que depois, nos levaria para as mansões celestiais. Achegamo-nos a ele pelo dinheiro dele, e não nos importamos com ele, desde que peguemos o que ele tem. Fizemos do Reino de Deus um negócio e da unção uma mercadoria. E não deveria ser assim.

Somos amantes ou prostitutas?
Outro dia voltei a pensar na pergunta de Marta e refleti sobre a diferença entre um amante e uma prostituta. Descobri que ambos fazem as mesmas coisas, mas o amante faz o que faz porque ama. Uma prostituta insinua que ama, mas só está de olho no pagamento. E então me perguntei: O que aconteceria se Deus parasse de me pagar?
Nos meses seguintes permiti que Deus sondasse e trouxesse à tona os motivos de eu amá-lo e servi-lo. Sou, de fato, um verdadeiro amante de Deus? O que aconteceria se ele parasse de me abençoar? E se ele nada mais fizesse por mim? Ainda o amaria? Por favor, entenda; eu creio nas promessas de bênçãos celestiais. A questão aqui não é se Deus abençoa seus filhos, mas as condições de meu coração. Por que o sirvo? As bênçãos dele são frutos de nosso amor, ou o pagamento de uma barganha financeira
Amo a Deus incondicionalmente? Levei meses refletindo sobre isso. Até hoje me pergunto se minhas atitudes e meu comportamento são frutos do meu amor Deus. Às vezes descubro que fico decepcionado com Deus se ele não supre algumas de minhas necessidades financeiras. Concluo que são questões que não foram totalmente resolvidas, mas quero a cada dia mostrar meu verdadeiro amor a Deus.
Portanto somos amantes ou prostitutas? Não existem prostitutas no céu nem no Reino de Deus, mas existem muitas ex-prostitutas”.

O artigo chamou-me atenção porque expressa muito daquilo que tenho pregado e ensinado sobre adoração. Devemos adorar ao Senhor por aquilo que ele “É” para nós e não por aquilo que Ele “FAZ” por nós. Tenho ensinado e pregado na igreja local e por onde o Senhor tem me levado que de uns trinta ou quarenta anos para cá - Talvez um pouco mais em alguns países ou um pouco menos em outros – o genuíno evangelho tem sido deturpado e na tentativa de atrair multidões, na tentativa do aumento de arrecadação financeira e da busca de poder os pastores e líderes têm ensinado um evangelho capenga e manco, muito distante do evangelho de Cristo. Alguns me chamam de radical, mas a constatação que faço é que fomos ensinados a buscar o favor de Deus ao invés de buscar o próprio Deus. Ensinaram-nos a ser dependentes do favor de Deus ao invés de dependentes de Deus. Para conseguir de Deus o que precisam, as pessoas fazem as correntes e campanhas que lhes são propostas, vão aos montes para orar, fazem jejum, vão aos cultos de consagração e acreditem, procuram viver uma vida de santidade. É isso mesmo que eu quero dizer! Somos na realidade ensinados a barganhar com Deus. Mostram-nos que devemos ser santos, devemos ir aos cultos, montes, consagração e correntes na realidade apenas como moeda de troca. Há um famoso pregador que através de seus programas na TV entra diariamente na casa de muitos crentes e tem lhes ensinado a “EXIGIR” de Deus aquilo que Jesus já conquistou para os salvos. Que absurdo! 

Pr. Valdecy de Jesus Marques

Nenhum comentário:

Postar um comentário